sábado, 11 de abril de 2015

Sem palavras

Eu retorno pra cá
assim,
sem pudor ortográfico,
encurtando tudo pra poder dizer:
Sem palavras...

Não há palavras pra descrever
a situação;
falta de ação significativa, excesso
de mutilação.

Sem sentido e compromisso,
não quero mais saber do que combina,
do que rima,
como fica a rima
pobre
desse jeito - desleixo.

É descaso mesmo,
sem fazer caso nenhum com o que faço.
A situação está tão preocupante, as pessoas se transformando em coisas, as coisas em pessoas. A guerra geral, particionada de maneira que não se perceba; o ódio perene e declarado; o sentimento de morte cada vez mais banalizado - morri de rir, por exemplo. Morrer de rir, o escárnio nosso de cada dia, dia após dia nos embebedando. A nova ordem, a falta dela... a poesia que nem era bela vira prosa.
Assim do nada,
sem pudor...

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