sábado, 29 de setembro de 2007

Confissões...

"Algo que me inquieta, que não deixa que eu possa crer no mundo..."

Porquê as pessoas são tão pobres? Pobres de cultura, de valores, e são tão pobres que somente têm dinheiro. Não consigo olhar para as pessoas na rua e ver como são induzidas, como são facilmente conquistadas por tudo o que é moda. Moda para as massas, para que a massa não pense sozinha, que a massa sempre seja guiada, para não perderem o controle sobre ela - a massa. "A tendência deste verão é amarelo... use sempre com um belo colar... a marca tal e ótima, pois a famosa tal usa"... Realmente acho que quem faz parte da tão citada massa não sabe o quão ridículo é ouvir isso nos programinhas de entretenimento da Globo ou outra emissora "formadora de opiniões" - controladora.

Será que estou sendo exagerada em meu depoimento? Será que realmente essa gente que acha que é normal pode pensar por si e não seguir o que uma imbecil qualquer disse?

Não acredito, nunca irei acreditar... O mundo é pobre, pobre de dinheiro, de comida, de cultura. O mundo acostumou-se que alguém pense por eles, que digam o que devem fazer, o que vestir, como viver... como viver.
Espero nunca fazer parte dessa massa, nunca ser comandada por ela e nunca perder minha identidade - que não é somente aquele papel que você carrega a vida toda, com o seu nome e uma foto horrível 3x4 - pois eu sou uma pessoa que enfrenta as convenções e não se deixa sucumbir pela lobotomia que o sistema sempre fez e sei que ainda que sejam poucos existem os que com certeza concordam comigo e não são controlados, que pensam...

"Admirável gado novo"

"Vocês que fazem parte dessa massa que passam nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem te comer
Ê, vida de gado, povo marcado, povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável, a vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia, os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada a única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou
Ê, vida de gado, povo marcado, povo feliz
O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos, contemplam essa vida numa cela
Esperam nova possibilade de verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível não voam nem se pode flutuar"

( Zé Ramalho)