domingo, 4 de julho de 2010

Aquilo que perdi...

 Sou uma pessoa que, seja por constituição de personalidade ou por ironia do destino, possui uma grande facilidade em perder quaisquer objetos, de todos os tamanhos e formas. Isso para mim não é causa de preocupações, uma vez que não sou ligada a bens materiais - e a maioria deles logo adquiri novamente. Entretanto, existe algo que perdi há algum tempo, e que não sei o que é. A única coisa que levo desta perda é o vazio que ela proporciona, e que durante algum tempo tentei preenche-lo, em vão. Todos os dias acordo com a mesma sensação, de uma perda que não foi reparada, de algo que perdi e que ando procurando incessantemente, sem êxito na busca.

 Se era um livro, uma roupa? Não, isso não era... Se isso fosse, estaria mais feliz em saber que é de fácil empreita encontrar tais itens, a fim de preencher a perda deles. Infelizmente não é objeto simples de encontrar em lojas - aliás, se quer sei se isso o dinheiro poderá comprar. Ademais, as coisas a que ele pode alcançar são demasiado fúteis no mais das vezes... e isso garanto, não pode nem ser comprado, e muito menos é algo fútil.

 - Mas se o vil metal não pode, por seus meios, comprar aquilo que perdeu então o que será essa perda? De que perda falas, ó mulher infiel? - poderia um leitor hipotético, dirigir-se a mim desta forma, com impaciência de quem pensa ser isso frivolidades de mulher. Novamente é infeliz a idéia de não poder sanar a tua dúvida, leitor hipotético, mas fique mais feliz por não estar na pele daquele que não sabe onde, e se quer sabe se poderá algum dia encontrar aquilo que perdeu - e do vazio não poder saber a causa.