quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Prazer

Oh prazer, não me deixes novamente sozinho.
Senti-lo para sempre,
Até o fim de minha existência,
É o que almejo - mas não consigo.

Não me iludas com essa falsa sensação
De ser perene, pois mesmo que saiba
Que tu és efêmero,
Sempre arriscarei tudo para ir ao teu encontro
Mesmo que seja passageiro,

Mesmo que seja fugaz

Mesmo que seja somente por um curto momento.

Prazer
Sensação de estabilidade nessa selva sem dono
Na qual estamos sós.
Não temos nada a que possamos
Pelo menos nos agarrar com uma fé cega
- a própria fé é ilusória.

Precisamos sempre saciar a fome
De nossa serpente, que nos come
As entranhas diariamente
E sem cessar.

E a cada vez que nos submetemos
À fúria da vontade, pensamos
Que chega ao fim...

Mas que fim se essa vontade
É aquilo que nos invade sem pedir,
Querendo tudo de nós,
Mesmo que não seja possível dar.

O impossível
Não existe para a constante
Sede de prazer da serpente.