segunda-feira, 13 de abril de 2015

Quero

Quero a desconstrução, destruição completa.

É desse jeito que eu quero, ligeiramente cruel, mas nem tanto para que não se queira fugir.

O mais rápido possível a erradicação dessa doença - a humanidade é uma doença altamente
infecciosa.

Não existe possibilidade para o recomeço. O recomeço é aceitar que o organismo terrestre aceite o parasita. Não me odeio a ponto de querer minha própria morte, não quero morrer sozinha.

Enganados, como os dinossauros insapientes, a destruição poderia chegar de manso, com cores bonitas, criando uma aurora de glória como o tão sonhado retorno do cristo. Poderia ser o retorno do cristo, que agora,
travestido de Morte,
cobra dos descendentes de seus algozes
os pregos dos seus punhos,
dos seus pés.


domingo, 12 de abril de 2015

O aparente realmente importa

Parecer alguma coisa vale mais do que realmente ser.
Até porque, quem terá tempo e paciência suficiente para descobrir quem são as pessoas?
Me irrita bastante essa febre do underground...
pessoas tatuadas por fora e castas por dentro. A castidade do seu caráter transparece sobre o visual.
Sua alma é ingênua, crente,
sua mente,
uma semente não germinada.

sábado, 11 de abril de 2015

Sem palavras

Eu retorno pra cá
assim,
sem pudor ortográfico,
encurtando tudo pra poder dizer:
Sem palavras...

Não há palavras pra descrever
a situação;
falta de ação significativa, excesso
de mutilação.

Sem sentido e compromisso,
não quero mais saber do que combina,
do que rima,
como fica a rima
pobre
desse jeito - desleixo.

É descaso mesmo,
sem fazer caso nenhum com o que faço.
A situação está tão preocupante, as pessoas se transformando em coisas, as coisas em pessoas. A guerra geral, particionada de maneira que não se perceba; o ódio perene e declarado; o sentimento de morte cada vez mais banalizado - morri de rir, por exemplo. Morrer de rir, o escárnio nosso de cada dia, dia após dia nos embebedando. A nova ordem, a falta dela... a poesia que nem era bela vira prosa.
Assim do nada,
sem pudor...