sábado, 24 de abril de 2010

Segura na mão do Véio!

Ribanceira abaixo define muito bem minha experiência etílica. Comecei a noite pegando na mão do Véio - o barreiro - pensando que ele não me abandonaria; doce ilusão. O Véio, ainda que companheiro, às vezes nos coloca em situações e estados de consciência que ultrapassam os limites humanos. É a primeira escorregada na banana e a ribanceira você já não desce mais andando; desce rolando, caindo, gaguejando, vomitando.

Sim, dormi de bêbada. Dormi um sono pesado de quem esgotou todas as forças e se quer consegui acordar com os chamados de meus amigos. Os amigos, inclusive, são indispensáveis nessas horas de descontrole – quando o Veio já soltou de sua mão há algum tempo, e ainda deu um empurrãozinho, só para sacanear.

Depois desse empurrão amigo, vem outro companheiro. Este recebe nomes variados, uma vez que depende da sonoridade com que cada um se identifica. Ele pode ser o Raul, Hugo, Juca, João, José, Jesus, enfim. Chamei todos eles e ainda uma galera.

Se eu lembro de tudo o que ocorreu ontem? Não. Mas o Veio, amigo do peito, veio me contando na viagem, por flashes, os ocorridos. Ele nunca conta tudo! O Veio não fará um resumo detalhado do percurso, contanto tim-tim por tim-tim. Sempre por partes, como relâmpagos, as reminiscências dão o ar de sua graça, e junto com elas o rosto sorridente do Veio. Nessa hora, confesso que tive um ímpeto de assassinar esse Veio pilantra!

Você, amigo leitor, deve estar se perguntando: “Qual a importância desta narrativa”? , ou ainda: “Tá, e daí”? Pode ser que isso realmente não venha lhe acrescentar nada erudito, fino ou intelectual – e caso tenha se sentido frustrado, vou lhe dar um conselho: Amigo, segura na mão do Veio!