sexta-feira, 12 de março de 2010

Essas palavras são pela MULHER.

A mulher sofreu durante toda a história do homem, a repressão e a humilhação por não carregar consigo o troféu fálico do poder: o pênis. Desde a infância, é ensinado à menina o pudor que ela deve ter com sua sexualidade, que na maioria das vezes é tratada como uma vergonha, ou algo que para ela simplesmente é amortecido, enquanto o menino é incentivado a cada vez mais cedo estimular e exibir sua virilidade.

No livro O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir aborda desde a mais tenra infância as diferenças que se estabelecem entre a criação do menino e da menina, quando em determinada fase da infância estes são devidamente definidos em gênero masculino e feminino.

A menina é aquela que permanece, quase para sempre, sob os olhos da mãe, sob sua repressão e sob suas imposições - ela não tem vontade própria, sua liberdade é condicionada ao coletivo, às tarefas domésticas que contrai. Há relatos no livro de Simone de meninas que, não tendo informação alguma acerca do sexo, de como é dado o nascimento de um bebê, trazem consigo marcas profundas. São as marcas psicológicas que as mulheres carregavam devido a uma situação de completa submissão e descaso.

Embora hoje a situação da mulher seja outra, e a diferença da situação feminia descrita no O Segundo Sexo seja nítida, ainda a mulher sofre com sua condição. Desde cedo a menina é tratada como um animalzinho engaiolado, que não tem o direito de ir e vir: a liberdade feminina é algo que não foi conquistado por muitas. O homem é livre, sempre foi e há uma grande disparidade se compararmos a nossa condição com a liberdade masculina.

O que a mulher quer não é tomar o poder e formar uma sociedade na qual todos os homens seriam escravizados, onde despejaríamos todo o nosso ódio e rancor em suas cabeças para sempre. NÃO QUEREMOS VINGANÇA, QUEREMOS IGUALDADE.

Conseguimos trabalho, porém ao chegar em casa a mulher enfrenta uma outra jornada, que é o trabalho doméstico que sempre foi considerado "coisa de mulher". Embora o homem reconheça a capacidade que a mulher tem de fazer tudo o que ele faz, infelizmente vive num mundo bipartido, onde nele existem as "coisas de homem" e as "coisas de mulher".

A lei já mudou, mas o que resiste é o comportamento do homem diante de nós, mulheres.